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Carlo, há três anos que te procuro. Há três anos que te procuro! Vem cá fora! Procureite por toda a parte, Carlo! Carlo! Carlo! Respondeme! Tu és um Broschi, Carlo, tal como eu! Não podes têlo esquecido. É impossível, Carlo. Carlo, vem cá! A nossa ópera. Termineia, Carlo. Termineia. Compula para ti. Orfeu. Orfeu! Aqui a tens! Carlo, vem cá! Carlo, vem cá! Faz qualquer coisa. Sei que estás aí, Alexandra. Não mo leveis! Não mo leveis! Quereis matarme? É isso que queres? Sem mim, não serias nada! Fui eu que te criei! Farinelli! Fui eu que te fez! Castrado! Castrado! Castrado! Carlo, suplicote. Ele vai enlouquecer! Vai dizerlhe que o amas. Vai! Vai! Não posso. O teu irmão precisa de ti e eu também preciso de ti. Eu também preciso de ti. Estás a ouvir? Todo este sacrifício por este amor. Eu sei que é insensato, mas amote. Não quero perderte. Não quero perderte. Não quero perderte. Três anos, Carlo. Três anos! Eu sabia que tinhas sido tu. É muito bonita. A sério? É mesmo isso que pensas? É a música mais bela que escreveste. É aquilo porque sempre esperei. Podiamos representála! Representar Orfeu, aqui em Madrid. Todos irão gostar se fores tu a cantála. O vosso irmão já não canta, Riccardo. Somente para o rei. E para vós, talvez. É curioso. Como a vossa cara, quando sofreis, fica muito parecida com a do vosso irmão. É sem dúvida por isso que não consigo odiarvos. Sabes que dificuldades suportei para escrever a nossa ópera? Falasme de sofrimento, Riccardo? Tu? Não vês que estou a suplicar o teu perdão? Já expiei o bastante, não achas? Não. Nunca será o bastante! Não será a Terra apenas uma tumba? Trazei de novo o sol, Farinelli. Riccardo! Riccardo! Meu amado irmão. Parto, sem grande esperança, procurando ao longe, no fragor da guerra, emoções tão intensas como as que a música me deu. Neste momento, Carlo, em que o meu coração se aperta por te deixar, devolvote aquilo que te tirei: A tua parte de humanidade. Queimei a nossa ópera. Aquela música é o nosso passado, e, hoje, não tem razão de existir. Mas o que te deixo, Carlo, é o nosso verdadeiro trabalho em comum. Legendas revistas por: RosaeCrucis Não dês conversa a estranhos.
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